Wednesday, August 31, 2005

O conservatismo e a ciência

O conservatismo e a ciência
 
31 de Agosto de 2005
 
 
A revista New Yorker no seu número de 22 de Agosto de 05 volta a falar da investida de uma versão mais sofisticada do criacionismo no ensino das ciências, conhecida por Intelligent Design (ID).
 
O debate sobre a introdução desta versão sobre a origem da vida ao lado da teoria da evolução reancendeu-se nos Estados Unidos em Maio, quando a Admnistração Escolar do Estado do Kansas resolveu, mais uma vez, levar a tribunal o que se deveria ensinar nas aulas de biologia. O caso teve testemunhos de um lado e de outro, embora a Comunidade Científica tenha procurado dar um recado bem claro sobre a regressão que a introdução da ID nos curricula representa.No entanto,  cientistas defensores do ID estiveram igualmente activos. O que se passa na Net revela bem quanto esta questão mobiliza os dois campos. Falo em dois campos mas isso não significa que eles sejam  equivalentes. A teoria da Evolução é uma teoria científica. O 'Intelligent Desgn' não o é. A ideia de um 'Ser Inteligente' por detrás da complexidade dos seres vivos não é uma ideia científica. Chamar-lhe Deus ou não é, segundo os critério científicos, relativamente indiferente. Quem se der ao trabalho de visitar alguns sites, perceberá que a agenda Cristã da direita acolhe e promove a ideia do 'Plano Inteligente' e a sua entrada nas escolas. A teoria da Evolução não é um dogma mas para que possa haver controvérsia científica é preciso que reformulações ou  alternativas sejam também científicas.
 
Como disse o biólogo Kenneth Miller, da Brown Universty, o ID é uma ameaça maior que o criacionismo que andou a rondar a escola em 1999.
'Unlike the situation in 1999, the [ID proponents] may have hoped to escape scrutiny by leaving evolution in the curriculum " but what their changes would actually do to Kansas' science standards is ... more dangerous,' he said. 'They plan to use the classroom ... to redefine religious beliefs as scientific ones.'
O New Yorker relembra ainda o apoio dado pelo Presidente Bush à apresentação do ID ao lado da teoria da Evolução, em nome - claro - da liberdade. Fala em "escolas de pensamento" a que as pessoas devem estar expostas. Ignora o que é a cìência. A sua iliteracia científica é notória. Condição que seria sempre de lamentar mas que, dado o seu estatuto, é também  perigosa.
Aliás, esta posição é bem expressão da atitude que a Admnistração dos USA tem tido sobre a ciência.
 
Como diz o artigo do New Yorker, este episódio é
 
a last-dich skirmish in a misguised war against reason that cannot be won and, for religion's sake as well as science's, shoul not be fought.
 
e acrescenta
 
...the White House - sometimes in the service of political Christianism or ideological fetishism, more often is obeisance to baser interests like the petroleum, pharmaceutical, and defense industries - has altered, suppressed, or overriden scientific findings on global warming; missile defense; IHV/AIDS; polution from industrial farming and oil drilling...
 
e a lista continua ... é assustadora.
 
Parece-me que este debate é global e não diz respeito apenas ao Estados Unidos. É a modernidade que está em causa, é o queremos para o mundo que está comprometido por esta Administração Americana

Sunday, August 21, 2005

São maus os ateus?

21 Agosto de 2005


No Público de ontem, 20 de agosto, vinha uma notícia sobre a ida do Papa a uma Sinagoga na Alemanha durante as Jornadas Mundiais da Juventude. Como reporta o enviado do Público, António Marujo,
Na saudação que dirigiu aos cerca de 500 judeus presentes, Bento XVI referiu também a "demencial ideologia racista, de matriz neopagã", que deu origem à tentativa "planeada e realizada sistematicamente pelo regime, de exterminar o judaísmo europeu".
     .....

O nazismo, disse o Papa, "não reconhecia a santidade de Deus e por isso menosprezou também a sacralidade da vida humana".

Interessante análise do Nazismo, embora se fique sem perceber porque houve tratamento diferenciado para as religiões.

Um outro artigo, sob a rúbrica ciência,   anunciava que:
Cientistas sociais acreditam mais em Deus que os das ciências naturais

Lendo o artigo fica a saber-se que esta conclusão foi tirada de um estudo apresentado num encontro da Associação para o Estudo da Religião, em Filadélfia, USA.

Os investigadores ficaram surpresos com os resultados, dizem, ao descobriram que há mais ateus no seio das ciências naturais do que no seio das ciências sociais e que os “mais crentes são, aparentemente, os cientistas políticos: destes, só 27 por cento declararam não acreditar numa entidade superior”.

Os piores são os biólogs – 41 por cento não acreditam em Deus (ao todo há 62 por cento de cientistas naturais (?) não crentes contra  31 por cento de cientistas sociais (?))

São pagãos, os cientistas?
Os biólogos são ateus por causa da Teoria da Evolução?

O que disse o Papa?

Thursday, August 04, 2005

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Thinking_ Pensar é o título de um livro da H. Arendt e foi aí que me inspirei.
Tudo pode ser questionado mas colocar a questão nem sempre é fácil
Este é o desafio
Teresa