Saturday, December 10, 2005

Performativos

O Público de ontem - 9 de Dezembro 2005 - tem alguns títulos interessantes que vale a pena serem analisados como performativos. Performativos são termos ou frases que não descrevem; são actos de fala que criam uma situação, geralmente, com consequências importantes.


O 1º Título tem a ver, claro, com a afirmação de Condi Rice em Bruxelas


EUA não torturam


e BUM! não houve torturas. Esqueçam as fotos, os testemunhos, a proposta de McCain, o Lobby de Cheney, etc, etc. Condi disse, o que o Patrão já dissera e criaram essa situação -- não se sabe onde. Com tal situação os europeus só podiam ficar SATISFEITOS.

O 2º título tem a ver com o Cavaco:


Cavaco Silva diz que Portugal pode ser a "nova Califórnia da Europa"


Esta afirmação não faz aparecer a Califórnia nesta terra. Com esta frase está a criar-se como Arnie, o Exterminator português. Assim se prepara para ir para Presidente. Saberá que o Arnie está já de saída?

O 3º Título refere a esperada pandemia. Não temos tempo para estar à espera. É preciso ir à vida. Por isso, o director do programa de gripe da Organização Mundial de Saúde não tem dúvidas:

"O vírus vai tornar-se global em três a cinco meses."

Há um novo possível vírus pandémico da gripe e não há tempo para fechar os olhos.


Há virus, não há virus? Apareceu! Apareceu e espalhou-se. É global.
Não, esperem. Afinal é um vírus animal.

Está decidido: o virus é um animal global.

Não fechem os olhos senão não o vão ver. Mas que ele o há, há...
E serão muitos os escolhidos. Só em galinhas já foram 13 milhões.

Em galinhas? Sim, em galinhas mas fora do espaço da UE. Comam-nas à vontade. Não vale a pena preocuparem-se com o TAMIFLU.

Mas, então, o virus, animal global?

Confusos? Leiam a entrevista!!!

Tuesday, November 15, 2005

Perolas do Publico

Pérolas do Público

O jornal do José Manuel Fernandes, jornal de referência nacional, não para de nos surpreender pela profundidade e justeza das suas análises.

No Editorial do Público de hoje, 15 de Novembro, JMF depois de referir 3 casos do quotidiano de europeus de regiões diferentes e que julgo tomar como representativos dessas mesmas regiões, serve-se do último relatório do Europeu

André Sapir no seu mais recente relatório para os ministros das Finanças da União Europeia sobre o futuro do modelo social europeu

Para mostrar que há

quatro modelos sociais na Europa: o nórdico, o anglo-saxão, o continental e o mediterrânico.

Não sei de que região é o Sr André Sapir mas não me parece ser necessário ir recorrer a um Senhor da Europa (será esta uma região diferente das outras? Uma supra-região? Uma região dotada de homens especiais?) para saber que isto é assim: do Norte para o Sul, as coisas vão sempre a piorar. Talvez os ministros da Finanças não saibam....

JMF promete-nos que vai voltar a estes modelos mas para já deixa-nos com um aviso: O nosso modelo,

o mediterrânico (o nosso e de Roma...), nem é equitativo, nem eficiente. Um e outro são insustentáveis.Daí que tenhamos de mudar de vida (e de modelo, com tudo o que isso implica) ou de mudar de país (imigrando, como sempre fizemos, só que agora as portas abrem-se sobretudo para os melhores de nós, o que é ainda mais trágico para os que cá vão ficando). Se acreditarmos que ainda existimos como nação, o melhor seria mudar de vida

Ou somos bons e nos mudamos para os países do Norte (onde, com algum esforço, podemos incluir o Reino Unido, para podermos usar uma das histórias: a história de uma portuguesa (dos melhores) que se doutorou em Londre e por lá teve que ficar), ou somos bons e ficamos cá porque a tragédia é mediterrânica (é grega) ou não somos bons e, para castigo, ficamos mortos em terras solarentas.
O modelo a desejar é o que nos é dado pelo casal de Nórdicos:
F. ensina numa universidade da Noruega, país que possui um dos mais elevados rendimentos per capita do mundo. O marido não é licenciado e tem um emprego banal, mas também bem pago. Este ano estiveram de férias num país do Sul e, apesar do seu poder de compra, viajavam com mochilas, utilizaram os transportes públicos mas não deixaram de visitar museus ou de percorrer a pé montes e vales que os portugueses mal conhecem.  

Só não percebo porque cá vêm ao Sul. Amor à Antropologia ou à Arqueologia? Não vêm é ver pessoas porque não as reconhecem. O Sampaio terá razão quanto à nossa vocação turística cultural e histórica? E quem terá feito museus, como os de Roma? Ineficazes...E o que interessam os museus aos Ministros das Finanças senão puderem servir a Economia?

O David Justino sociólogo

Na Pública de Sábado, 13 de Novembro, o da procissão em Lisboa, transmitida em directo pela TV, vem uma entrevista com David Justino, sociólogo, para falar dos subúrbio. Tudo por causa da França, já se vê
Ficamos a saber que,

Existem muitas mais diferenças do que semelhanças entre os subúrbios de Paris e os bairros de realojamento em torno de Lisboa, diz o sociólogo David Justino, que contudo não descarta o que chama de efeito de contágio. O ex-ministro da Educação está convicto que as instâncias de mediação, os conselhos para as minorias éticas, levam sobretudo a que se institua a descriminação.

E também que, embora nos devamos preocupar, a realidade francesa e portuguesa é muito diferente. Diz David Justino,

São realidades muito diferentes. A maior parte dos novos bairros que foram construídos ao abrigo do Programa Especial de Realojamento (PER), de 1993 para cá, têm características completamente diferentes na sua configuração, na sua dimensão e até nas características arquitectónicas. Tirando um caso ou outro na cidade de Lisboa, como Chelas, não existem em Portugal aquelas grandes concentrações. Depois há, sobretudo, a diferença nas pessoas. A origem dos fluxos migratórios para Portugal, a sua composição, são muito diferentes daquilo que se verificou em França. Nos bairros sociais em Portugal não existe um peso significativo de população de religião muçulmana. Uma parte da população realojada é católica, fala português e portanto não tem processos de aculturação muito difíceis. Embora exista, como é natural, uma identificação étnica.

Já suspeitávamos que a violência está no sangue – nos genes ? – dos mulçumanos. Nos católicos não. Mas não sabíamos que jovens nascidos em França não falam francês!!! Por isso não se entendem, nem David Justino sabe o que diz, porque não sabe o que dizem.
Fica ainda por desvendar esse mistério que é a identificação étnica...

Friday, October 14, 2005

Nada como uma conversa franca


Presidente Bush, usando as maravilhas da tecnologia, pode falar com soldados em Tikrit. A televisão fez uma reportagem da teleconferência entre Bush e alguns militares - um deles Iraquiano. Bush quis saber o que se passava no terreno e os militares responderam apropriadamente.

Acontece que tudo foi encenado, de um lado e do outro. A todos foram dadas as 'linhas', ao militares foi dito o que fazer. Como só houve tempo para um ensaio, houve alguns enganos na leitura do guião, mas nada que não pudesse acontecer na realidade. O guião era bastante fraco mas era o suficiente para o público - os americanos, supõe-se. Todos estavam muito optimistas em vésperas e deram os parabéns uns aos outros.

Alguém teve a ideia de filmar os ensaios e as filmagens - digno de um DVD. O script está no site do Departamento da defesa.
Podem ler a história nas "ABC News: Bush Teleconference With Soldiers Staged"


( Na foto não está o Bush mas a encenadora Allison Barber, do Departamento da defesa)

Thursday, October 06, 2005

A gripe das aves e a tropa

A gripe das aves e os militares

Como já foi o caso do SARS, da gripe de Hong Kong, a ‘gripe das aves’, a H5N1,  e uma possível – há quem diga provável- pandemía que mataria milhões de pessoas. A OMS tem, desde 2003, monitorizado os casos de aves infectadas na Tailândia, Vietnam, Japão, Coreia do Sul,  China, Indonésia, etc. e de pessoas afectadas: 32, segundo os dados da Nature de 2004. Em 2005, esse número subiu para 56.
A existência de aves migratórias infectadas faz temer que a doença nas aves se estenda rapidamente. Até agora, os casos conhecidos de pessoas infectadas têm ocorrido por transmissão de aves para humanos mas já há organizações internacionais que temem uma transmissão possível entre pessoas – é neste contexto que a possibilidade da pandemia existiria.

Até agora, temos notícias de países ricos que adquiriram já milhões de vacinas. No entanto, pouco se sabe sobre os planos de prevenção, distribuição de remédios e contenção da doença.

Pode have, vai haver uma pandemia de ‘gripe das aves’ num futuro mais ou menos próximo. É urgente, urgentíssimo estarmos preparados. No entanto, a informação que temos é extremamente escassa e torna-se difícil mobilizar as pessoas de países onde nunca houve um caso de animais ou pessoas infectadas. (ver Revista Nature, Recombinics.com, fluwikie.com)

É neste quadro -  que sinceramente não sei quanto tem de histeria, ciência e interesses da indústria farmanceutica -  e, numa semana extremamente conturbada para os conservadores americanos, que o Presidente Bush escolheu falar na ‘sua preocupação’ com as consequências de tal epidemia e na solução que tem para esta eventualidade.

Os títulos dizem tudo

Influenza pandemic? Let the military take care of it, says Bush.


Bush Wants Right to Use Military if Bird Flu Hits
(New York Times, 4 de Outubro de 2005)


Depois da militarização de New Orleans, após o furacão Katrina, o Presidente Bush prepara-se para pedir ao Congresso que lhe dê os poderes de Comandante em Chefe para mobilizar a força militar dentro dos Estados Unidos a fim de impôr a quarentena em áreas onde haja ou possa haver aves ou pessoas infectadas.


Durante a conferência de imprensa perguntou:

``If we had an outbreak somewhere in the United States, do we not then quarantine that part of the country? And how do you, then, enforce a quarantine?''

E a resposta foi óbvia:

“...I think the president ought to have all ... assets on the table to be able to deal with something this significant,...''

``One option is the use of a military that's able to plan and move. So that's why I put it on the table. I think it's an important debate for Congress to have.''

Até agora, a Guarda Nacional está sob o comando dos Estados e não do Governo Federal. Por outro lado, desde 1878, que é proíbido às Guardas nacionais fazerem trabalho policial dentro dos Estados Unidos.

O que Bush se propõe é, pois, mudar a lei, para ser não apenas presidente mas Comandante das tropas em território nacional:

``But Congress needs to take a look at circumstances that may need to vest the capacity of the president to move beyond that debate. And one such catastrophe or one such challenge could be an avian flu outbreak,''

Caso o Congresso venha a considerar esta hipótese, ou, pior ainda, a venha a aprovar, as respostas a desastres naturais e outros dentro dos Estados Unidos, passariam a estar sob controlo militar.

Depois do Patriot Act, das patrulhas militares em New Orleans, com recolher obrigatório e tudo o que está implícito num estado de sítio, o controlo militar de zonas do território americano pode acontecer.

Como se chama isto?

Thursday, September 08, 2005

Mas afinal eles estão bem!

A mãe de Bush fez parte do grupo de notáveis mobilizados para angariar fundos para ajudar os desalojados provenientes de New Orleans.
Mas, provavelmente, depois de ter visitado o Astrodome no Texas terá pensado que já haveria muita ajuda. Ficou assustada: muita daquela gente queria ir para Houston

"Almost everyone I’ve talked to says we're going to move
toHouston."

E acrescentou:

"What I’m hearing which is sort of scary is they all want to stay in Texas.
Everyone isso overwhelmed by the hospitality."And so many of the people in the arena here, youknow, were underprivileged anyway, so this--this (shechuckles
slightly) is working very well for them."

Hospitalidade, mas sem exagerar, terá pensado. Já nos estão a invadir!

Fonte:
http://www.editorandpublisher.com/eandp/news/article_display.jsp?vnu_content_id=1001054719

Está gravado no programa 'Market place' da American Public Media

Será por coisas destas que o Pacheco Pereira diz que há uma histeria dos media que vem, mais uma vez, mostrar os seus sentimentos anti-americanos?

Tuesday, September 06, 2005

New Orleans é a Somália

A Guarda Nacional Americana tem um modo um pouco estranho de entender a sua missão em New Orleans



Gary Jones, the commander of the Louisiana National Guard’s Joint Task Force
told Army Times on Friday, “This place is going to look like Little
Somalia. We’re going to go out and take this city back. This will be a combat operation to get this city under control.” http://www.democracynow.org/print.pl?sid=05/09/05/1426205

É preciso, entretanto, não esquecer que a guerra do Iraque continua

Sunday, September 04, 2005

Há gente preversa

Como não podia deixar de ser, a direita religiosa fundamentalista, por divina inspiração provavelmente, viu na tragédia de New Orleans o castigo de Deus. Fiel aos seus ódios de estimação, culpou o Festival gay que se ia celebrar na cidade (Southern Decadence) pela sua devastação



"Southern Decadence" has a history of filling the French Quarters section of the
city with drunken homosexuals engaging in sex acts in the public streets and
bars. Last year, a local pastor sent video footage of sex acts being performed
in front of police to the mayor, city council, and the media. City officials
simply ignored the footage and continued to welcome and praise the weeklong
celebration as being an "exciting event". However, Hurricane Katrina has put an
end to the annual celebration of sin.

"Although the loss of lives is deeply saddening, this act of God destroyed a wicked city," stated Repent America director Michael Marcavage. "From 'Girls Gone Wild' to 'Southern Decadence,' New Orleans was a city that had its doors wide open to the public celebration of sin. From the devastation may a city full of righteousness emerge," he continued.

Podem ler tudo no site Repent America

Deve ter sido para assegurar que New Orleans emergisse como uma cidade de justos que a multinacional Halliburton já tem assegurados contratos. A propósito, onde está Dick Cheney?

Saturday, September 03, 2005

Katrina, ainda

Para quem se lembra como Rumsfeld recebeu e comentou o saque em Bagdad, depois da "libertação", não pode deixar de achar estranha a reacção de Peggy Noonan, editora do Wall Street Journal, contra a população que não conseguiu sair de New Orleans

As for the tragic piggism that is taking place on the streets of New Orleans, it is not unbelievable but it is unforgivable, and I hope the looters are shot. A hurricane cannot rob a great city of its spirit, but a vicious citizenry can. A bad time with Mother Nature can leave you digging out for a long time, but a bad turn in human behavior frays and tears all the ties that truly bind human being--trust, confidence, mutual regard, belief in the essential goodness of one's fellow citizens.

1 de Setembro OpinionJournal.com

Katrina e os media

Para quem tenha visto reportagens na televisão sobre o que se tem estado a passar nos Estados Unidos devido ao furacão Katrina e à inundação na Costa do Golfo do Mississipi, vale a pena ler os comentários de Leon E. Wynter no seu blog (the perfect storm) e de FREDERICK BARTHELME no New York Times (Mississipi's Morning after)


Terá a família Bush encontrado espaço no seu rancho em Crawford para algumas das pessoas evacuadas?

Katrina e os media

Para quem tenha visto reportagens na televisão sobre o que se tem estado a passar nos Estados Unidos devido ao furacão Katrina e à inundação na costa do Golfo do Mississipi, vale a pena ler os comentários de Leon E. Wynter no seu blog (the perfect storm) e de FREDERICK BARTHELME no New York Times (Mississipi's Morning after)


Terá a família Bush oferecido refugio no seu rancho em Crawford?

Friday, September 02, 2005

Fotografias da Polónia

Para quem estiver interessado, as fotografias que o André Levy tirou na Polónia, incluindo em Auschwitz e Birkenau estão aqui

http://pwp.netcabo.pt/0144375503/myphotos/poland/

Thursday, September 01, 2005

a bondade dos cristãos

1 de Setembro de 05

A bondade dos cristãos



www.thiscenturysucks.com/2003_10_26_old.html





Foi com cartazes como este que membros de um grupo evangélico - Westboro Baptist Church of Topeka, Kansas - se apresentaram no funeral de dois soldados mortos no Iraque que ocorreu em Tennesse, no passado sábado. (Reporter – Times)

Deus está a punir os soldados americanos por defenderem um país que acolhe homosexuais é o que dizem.

Não é a primeira vez e, infelizmente, não será a úlima (ver Free Republic).
À cabeça destes fanáticos está o Reverendo Fred Phelps, de Topeka, Kansas (vejam um dos seus sites – godhatesfgs.com)

Assim vai uma América. Será que New Orleans foi castigada por causa do seu Red District?

Wednesday, August 31, 2005

O conservatismo e a ciência

O conservatismo e a ciência
 
31 de Agosto de 2005
 
 
A revista New Yorker no seu número de 22 de Agosto de 05 volta a falar da investida de uma versão mais sofisticada do criacionismo no ensino das ciências, conhecida por Intelligent Design (ID).
 
O debate sobre a introdução desta versão sobre a origem da vida ao lado da teoria da evolução reancendeu-se nos Estados Unidos em Maio, quando a Admnistração Escolar do Estado do Kansas resolveu, mais uma vez, levar a tribunal o que se deveria ensinar nas aulas de biologia. O caso teve testemunhos de um lado e de outro, embora a Comunidade Científica tenha procurado dar um recado bem claro sobre a regressão que a introdução da ID nos curricula representa.No entanto,  cientistas defensores do ID estiveram igualmente activos. O que se passa na Net revela bem quanto esta questão mobiliza os dois campos. Falo em dois campos mas isso não significa que eles sejam  equivalentes. A teoria da Evolução é uma teoria científica. O 'Intelligent Desgn' não o é. A ideia de um 'Ser Inteligente' por detrás da complexidade dos seres vivos não é uma ideia científica. Chamar-lhe Deus ou não é, segundo os critério científicos, relativamente indiferente. Quem se der ao trabalho de visitar alguns sites, perceberá que a agenda Cristã da direita acolhe e promove a ideia do 'Plano Inteligente' e a sua entrada nas escolas. A teoria da Evolução não é um dogma mas para que possa haver controvérsia científica é preciso que reformulações ou  alternativas sejam também científicas.
 
Como disse o biólogo Kenneth Miller, da Brown Universty, o ID é uma ameaça maior que o criacionismo que andou a rondar a escola em 1999.
'Unlike the situation in 1999, the [ID proponents] may have hoped to escape scrutiny by leaving evolution in the curriculum " but what their changes would actually do to Kansas' science standards is ... more dangerous,' he said. 'They plan to use the classroom ... to redefine religious beliefs as scientific ones.'
O New Yorker relembra ainda o apoio dado pelo Presidente Bush à apresentação do ID ao lado da teoria da Evolução, em nome - claro - da liberdade. Fala em "escolas de pensamento" a que as pessoas devem estar expostas. Ignora o que é a cìência. A sua iliteracia científica é notória. Condição que seria sempre de lamentar mas que, dado o seu estatuto, é também  perigosa.
Aliás, esta posição é bem expressão da atitude que a Admnistração dos USA tem tido sobre a ciência.
 
Como diz o artigo do New Yorker, este episódio é
 
a last-dich skirmish in a misguised war against reason that cannot be won and, for religion's sake as well as science's, shoul not be fought.
 
e acrescenta
 
...the White House - sometimes in the service of political Christianism or ideological fetishism, more often is obeisance to baser interests like the petroleum, pharmaceutical, and defense industries - has altered, suppressed, or overriden scientific findings on global warming; missile defense; IHV/AIDS; polution from industrial farming and oil drilling...
 
e a lista continua ... é assustadora.
 
Parece-me que este debate é global e não diz respeito apenas ao Estados Unidos. É a modernidade que está em causa, é o queremos para o mundo que está comprometido por esta Administração Americana

Sunday, August 21, 2005

São maus os ateus?

21 Agosto de 2005


No Público de ontem, 20 de agosto, vinha uma notícia sobre a ida do Papa a uma Sinagoga na Alemanha durante as Jornadas Mundiais da Juventude. Como reporta o enviado do Público, António Marujo,
Na saudação que dirigiu aos cerca de 500 judeus presentes, Bento XVI referiu também a "demencial ideologia racista, de matriz neopagã", que deu origem à tentativa "planeada e realizada sistematicamente pelo regime, de exterminar o judaísmo europeu".
     .....

O nazismo, disse o Papa, "não reconhecia a santidade de Deus e por isso menosprezou também a sacralidade da vida humana".

Interessante análise do Nazismo, embora se fique sem perceber porque houve tratamento diferenciado para as religiões.

Um outro artigo, sob a rúbrica ciência,   anunciava que:
Cientistas sociais acreditam mais em Deus que os das ciências naturais

Lendo o artigo fica a saber-se que esta conclusão foi tirada de um estudo apresentado num encontro da Associação para o Estudo da Religião, em Filadélfia, USA.

Os investigadores ficaram surpresos com os resultados, dizem, ao descobriram que há mais ateus no seio das ciências naturais do que no seio das ciências sociais e que os “mais crentes são, aparentemente, os cientistas políticos: destes, só 27 por cento declararam não acreditar numa entidade superior”.

Os piores são os biólogs – 41 por cento não acreditam em Deus (ao todo há 62 por cento de cientistas naturais (?) não crentes contra  31 por cento de cientistas sociais (?))

São pagãos, os cientistas?
Os biólogos são ateus por causa da Teoria da Evolução?

O que disse o Papa?

Thursday, August 04, 2005

Inicio

Thinking_ Pensar é o título de um livro da H. Arendt e foi aí que me inspirei.
Tudo pode ser questionado mas colocar a questão nem sempre é fácil
Este é o desafio
Teresa